quinta-feira, 18 de junho de 2009

Nada substitui o diálogo - Nara Damante e Marcelo Lopes

O texto “Nada substitui o diálogo” de Nara Damante e Marcelo Lopes, é um estudo sobre a comunicação interna realizado pelo Instituto ABERJE de pesquisas, sob a coordenação de Paulo Nassar e Suzel Figueiredo.

O texto é baseado em uma pesquisa realizada no período de 12 de agosto a 30 de setembro de 2002, com cem empresas que faziam parte do ranking do Guia Exame das 500 maiores e melhores empresas de todo o país. Fizeram parte da pesquisa: a Odebrecht, Banco Real, Nestlé, Banco Itaú, o Grupo Pão de Açúcar, a Fiat, a Cosipa, entre outras.

Foram entrevistados gerentes, supervisores, coordenadores e até superintendentes das empresas, todos diretamente ligados à comunicação interna. Todos os entrevistados foram unânimes ao ressaltar que a comunicação interna é parte fundamental para o desenvolvimento de uma estratégia de organização e produtividade dentro da empresa.

Márcio Polidoro, diretor de comunicação empresarial do grupo Odebrecht, diz que a “comunicação interna tem status importante porque está atrelada ao conceito de que as organizações são essencialmente as pessoas que dela fazem parte”. Neste sentido, o texto reafirma a importância de todos os funcionários da empresa se sintam não apenas como um mero empregado, mas sim como um colaborador que se envolve com a política da empresa e seja a imagem da mesma para o cliente.
Algumas organizações, temerosas em resguardar informações para os níveis gerenciais, acabaram por transformar seus departamentos em feudos comandados por executivos que não conseguem transmitir entusiasmo. A supracitada afirmativa ressalta toda a importância de se manter uma relação transparente entre os lideres e suas respectivas equipes. É importante ressaltar que mesmo conservando dados confidenciais é importante manter o grupo informado sobre as atividades desenvolvidas pela empresa, sobre os sucessos e fracassos, o que fará com a organização tenha uma maior credibilidade diante de seus funcionários e até mesmo consumidores.
“A clareza e a abertura inspiraram o novo clima da comunicação organizacional. Hoje, quem quer dissimular, esconder casos negativos e fugir da exposição é condenado pela mídia e pela sociedade. Os novos profissionais reciclam o pensamento empresarial”. (TORQUATO, Gaudêncio. Tratado de Comunicação Organizacional e Política. 2002. p.7)

Em nosso Trabalho de Conclusão de Curso, estamos desenvolvendo um projeto de Comunicação Organizacional para o Vicariato Episcopal para Ação Social e Política da Arquidiocese de Belo Horizonte, que é uma empresa sem fins lucrativos e que tem como objetivo atuar diretamente na área social, procurando ser um agente transformador na vida das pessoas menos favorecidas e “excluídas” da sociedade, a saber: moradores de rua, presidiários, menores em situação de violência, mulheres em situação de prostituição, crianças com risco de morte devido à falta de alimentação, famílias sem casa, entre outros.
Após pesquisas já realizadas com alguns funcionários da instituição, percebemos que a mesma possui um grande problema de comunicação interna, o que influencia negativamente no atendimento dos beneficiários.
O texto nos traz uma realidade semelhante a esta com o caso da empresa Nestlé: percebi que os gerentes não passavam as informações para os diversos níveis de suas áreas, gerando um total desconhecimento da missão e dos valores da Nestlé, afirma Francisco Garcia, gerente de assuntos corporativos da Nestlé. Uma maneira que a empresa encontrou para mudar esta situação foi simplificar, qualificar e agilizar os meios de comunicação. Para isso foi desenvolvido uma revista bimestral, um boletim semanal (O Presidente e Você), uma intranet, entre outras estratégias de comunicação interna, o que resultou, segundo Garcia, um feedback interessante com a participação do pessoal. Não temos mais assuntos proibidos. Acreditamos que algumas destas estratégias poderão ser adaptadas e implantadas no Vicariato, o que permitirá uma comunicação mais transparente, integra, respeitosa e digna.
Entretanto, percebemos que com todo o aprimoramento e qualidade das ferramentas utilizadas pelas empresas na busca do melhor relacionamento interno nas organizações, o mais forte para atrair o sucesso é o diálogo face a face e a comunicação de mão dupla. Isso permitirá ao líder hierárquico da empresa falar de “igual para igual” a um colaborador de função simples de forma com que ele entenda, compreenda sua importância e se comprometa para que assim juntos possam alcançar o sucesso da empresa.
Concordamos quando Márcio Polidoro diz que nada substitui a palavra falada. O diálogo será sempre a melhor forma de entendimento entre as pessoas. Portanto, a missão estratégica da comunicação interna é proporcionar essa oportunidade em todos os níveis da empresa de forma eficaz. Uma vez que o funcionário (colaborador) esta motivado, bem informado e disposto a trabalhar na função que lhe é ordenado, seja ela qual for, o resultado é bastante válido. E é este o objetivo do nosso trabalho no Vicariato Episcopal para Ação Social e Polítida da Arquidiocese de Belo Horizonte.

Gleison Zanetti
Walquiria Kascher
Márcia Said

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